segunda-feira, 31 de julho de 2017

Homilética - A Arte de se Comunicar




II Timóteo 2:15
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.



Homilética é o ramo da teologia que trabalha a arte da pregação, ou seja, preocupa-se em ensinar os melhores meios de comunicar a Palavra de Deus aos seus ouvintes.

Ao que prega, seja ele um Pastor ou Aspirante à Pregador, importa que se prepare da melhor maneira possível para cumprir a ordenança de Cristo:"Ide e pregai!"   (Mc 16:15).

Aspectos espirituais da vida cristã devem ser a primazia da preparação de um bom sermão como a oração, a inspiração do Santo Espírito, a meditação na Sã Palavra e o jejum.

Porém, ao pregador cabe preparar-se de todas a maneiras possíveis para atingir ao seu público alvo, seja a igreja(em uma assembléia de cristãos, por exemplo um culto de ensino) ou uma pregação em praça pública(a ouvintes não-cristãos com o intuito de levar a mensagem de salvação).

Tomemos por exemplo nosso amado Mestre, Jesus ensinava por parábolas sobre semear e pastorear, mas sendo Ele filho de um carpinteiro(materialmente falando), não era especialista nestes outros assuntos. Jesus também deve ter tido a curiosidade de aprender sobre o que lhe rodeava e expor o Reino de Deus usando estes conhecimentos.  

Lembrando que pela tradição judaica, a própria lei mosaica era ensino obrigatório às crianças, então qualquer judeu - incluindo o próprio Jesus - deveria conhecer a Palavra de Deus na sua época.

Discurso...: Conjunto de frases ordenadas faladas em público.
Homilética.: É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão.
Oratória...: Arte de falar ao público.
Pregação...: Ato de pregar, sermão, ato de anunciar uma notícia.
Retórica...: Conjunto de regras relativas a eloqüência; o falar bem.
Sermão.....: Discurso cristão falado no púlpito.

Nesta postagem focaremos a elaboração do sermão.


 1.Descobrir o Pensamento Central

O pensamento central é a mensagem, ou seja, é o Tema. Sempre procurar definir o tema no sentido positivo.

"Será que existe Deus ?"
É um tema indesejado pois suscitam mais dúvida do que fé.

"Como ser curado ?"
É um tema sugestivo pois fortifica a fé.

Em alguns casos o pregador fala o título(Tema) da pregação outras vezes não é necessário porém no esboço é aconselhável colocar.

O Título pode ser:
Imperativo...: Quando sugere uma ordem. 
               (Ide Marcos 16:15 )

Interrogativo: Quando sugere uma pergunta. 
               (Que farei de Jesus? Mt.27:22)

Enfático.....: Quando é reduzido. 
               (Amor, Fé)

A mensagem pode ter várias origens :
·        Através da leitura da Bíblia.
·        As literaturas religiosas e não religiosas.
·        Em uma observação.
·        Através da oração;
·        Na letra de um hino;
·        Em obras literárias (religiosa ou não ).

2. Preparar a Introdução

É o início da pregação. O ideal é que a introdução seja algo que prenda logo a atenção dos ouvintes, despertando-lhes o interesse para o restante da mensagem.

3. Escolha do Texto

É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão porém adequado. Vejamos o tipo de textos que devemos evitar:

Textos longos...: Cansam os ouvintes. 
                  (Salmo 119, leitura integral do salmo )

Textos obscuros.: Causam polêmicas no auditório. 
                  (I Co 11:10 - Véu)

Textos difíceis.: Os ouvintes não entendem. 
                  (Ef. 1:3 - Predestinação)

Textos duvidosos: "E Deus não ouve pecadores" 
                  (Jo 9:31 - Texto deve ser explicado)

Texto é importante porque ?

O texto chama a atenção dos ouvintes, desperta o interesse em conhecer a Palavra de Deus, ajuda na exposição do sermão, facilita ao ouvinte entender o assunto exposto.
Devemos escolher o texto em toda a Bíblia e não somente no Novo Testamento.

4. Escolher o Método Apropriado

De posse do pensamento central e o texto escolhido, deve-se determinar o método a ser utilizado.


O sermão é classificado por duas formas : pelo assunto ou pelo método, podendo ser discursivo ou expositivo.

1. Pelo assunto
- Doutrinário:  É aquele que expõe uma doutrina(Ensinamento).

- Histórico:    É aquele que narra uma história.

- Ocasional:    É aquele destinados a ocasiões especiais.

- Apologético:  Tem a finalidade de fazer apologia (defender).

- Ético:        É quando exalta a conduta e a vida moral e ética.

- Narrativo:    Quando narra um fato, um milagre.

- Controvérsia: Tem por finalidade atacar erros e heresias.

2. Pelo método

- Topical ou Temático.
É aquele onde a divisão faz-se pelo tema. Todas as divisões devem derivar do tema. A melhor forma é fazer perguntas ao tema escolhido, tais como: Por que? Como? Quando? O Que? Onde?

- Textual.
São aqueles onde a sua divisão encontra-se no próprio texto. É um método muito bom, pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo a passo a exposição do sermão.

- Expositivo.
Quando os textos são longos. Este pode expor uma história ou uma doutrina(Parábola, Milagre, Peregrinação, Pecado). Em certo sentido todo sermão é expositivo, mas aqui indica a extensão do texto.

Nesta breve exposição da Homilética, trouxemos algumas dicas sobre a construção do sermão e como aplicá-lo na pregação. Esta matéria é interessante e deve ser estudada com afinco, principalmente por aqueles que desejam pregar o evangelho.

sábado, 29 de julho de 2017

Já ouviu falar de Escatologia?



Mateus 24:3
E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?





Escatologia (Do grego: escathos=“último” ; logos=“estudo”, “mensagem”, “palavra”) É a parte da Teologia que trata dos acontecimentos do fim da história humana à luz da Bíblia, portanto, escatologia é o estudo sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias. A escatologia estuda os seguintes temas: Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno.

A escatologia e a volta de Jesus: O estudo da escatologia bíblica mostra que o crente tem de estar sempre alerta, vigilante, pois a volta de Jesus pode acontecer a qualquer momento: “Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais” (Lc 12.40). Muitos desprezam e desacreditam das verdades bíblicas, mas Deus vela pela sua Palavra e em breve Jesus voltará e julgará a todos aqueles que amam a prática do pecado.


Existem diferentes interpretações escatológicas a respeito do fim. Não podemos estudar todas em uma única aula, porém falaremos de algumas:

1. Futurista.

Essa interpretação considera que a maior parte das profecias ainda vai se cumprir, começando com o arrebatamento da Igreja e demais fatos subseqüentes. Sem dúvida, é a mais adequada à realidade das profecias sobre os últimos tempos. Essa corrente, porém, subdivide-se em:

a) Pré-tribulacionista: Esta corrente prega que Cristo arrebatará sua Igreja antes da Tribulação de sete anos(Jo 14.1-3). A doutrina do arrebatamento é um ensino fundamental, porém, o povo de Deus não precisa estar dividido quanto a tal assunto. O importante é que Jesus voltará para buscar a sua Igreja. É importante ressaltar que a vertente pré-tribulacionista está mais de adequada com o livro de Apocalipse (Ap 4.1-2). Para os pré-tribulacionistas, os cristãos serão guardados da Tribulação. Aqui se prega que o propósito da Tribulação não é preparar a Igreja para estar com Cristo, mas, preparar Israel para a restauração do plano de Deus.

b) Pré-milenista: Essa corrente concluiu que a Vinda de Cristo ocorrerá antes do milênio, quando Cristo virá reinar sobre a Terra. Grande parte dos cristãos do primeiro século, eram pré-milenistas. Segundo o pastor Claudionor de Andrade “tal posicionamento foi duramente combatido por Orígenes que, influenciado pela filosofia grega, passou a ensinar que o Milênio nada mais era que uma referência alegórica à ação do Evangelho na vida das nações”.

c) Midi-tribulacionistas: Eles entendem que a Igreja será arrebatada no meio da Tribulação.

d) Pós-tribulacionistas: Pregam que a Igreja vai passar pela Grande Tribulação. No entanto, esse ensino não tem base sólida na Palavra de Deus. Jesus disse à igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que iria guardá-la “da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. Paulo ensina que devemos “[...] esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (I Ts 1.10).

2. Histórica

Consideram que o Apocalipse é um livro histórico, os fatos que ali estão já se cumpriram na sua maior parte. Mas tal entendimento não corresponde à realidade bíblica.

3. Preterista

Estes entendem que o Apocalipse já se cumpriu em sua totalidade na época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Entretanto, as profecias bíblicas sobre os fins dos tempos indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como o Arrebatamento da Igreja (I Ts 4.17), a Grande Tribulação ou “a hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo”
(Ap 3.10), a Vinda de Cristo em glória (Mt 16.27) e o milênio (Ap 20.2-5).

4. Simbolista

É também chamada de interpretação idealista ou espiritualista. Tudo é “espiritualizado”, simbólico; nada é histórico, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o mal. Nessa linha de pensamento, há o ensino amilenista, segundo o qual não haverá um período literal de mil anos para o reinado de Cristo. Ensinam que a Igreja está vivendo um milênio simbólico, mas as referências que indicam que o milênio será literal são muitas (Ap 20.2-5; Hc 2.14). Há os pós-milenistas que pregam que Jesus só voltará depois do milênio. Os textos bíblicos, porém, indicam uma ordem diferente dos acontecimentos escatológicos. A ressurreição dos mortos salvos ocorrerá na vinda de Cristo (I Ts 4.13-17). A volta de Jesus é tão literal quanto o foi a sua Ascensão (At 1.9,11).

Conclusão

Podemos ver que a escatologia tem como maior meta não somente relembrar-nos da maior promessa de Jesus, que é o arrebatamento da Sua Igreja, mas também clarear este ensinamento para os salvos.

Aqui, alguns conceitos básicos foram passados, mas para um maior entendimento do que é escatologia, aconselhamos que você leitor aprofunde-se mais neste estudo.