sábado, 6 de maio de 2017

Estudo sobre a Epístola de II Coríntios



O estilo literário de Romanos, I e II Coríntios são próximas e comumente aceitas como escritas pelo Apóstolo Paulo.

As cartas de I e II Corintíos são na verdade um conjunto de mais de duas cartas enviadas à igreja de Corinto. É provável que fossem 4 cartas  - pelo menos, mas as investigações sobre o assunto não  demonstraram fatos concretos.

A segunda epístola a igreja de Corinto não teve objetivo doutrinário, mas sim uma carta de cunho pessoal de Paulo, para resolver problemas pertinentes desta igreja, como a defesa do apostolado de Paulo, além de fornecer-nos grande quantidade de dados biográficos sobre o Apóstolo dos Gentios.

Esta carta tem grande importância histórica.

Timóteo foi enviado por Paulo à Corinto para interceder por ele ali, resolvendo as coisas com a igreja local. Ao que parece, não houve resultado positivo.

A combinação da “Epístola Severa”(II Co 10:10) e a obra meditatória de Tito (II Co 7:11-15) apresentam soluções razoáveis  para os problemas mais àrduos da igreja de Corinto. 
 

Os desafios da liderança de Paulo


Nos primeiros anos do cristianismo, muitas seitas surgiram. Até o fim do século II haviam aproximadamente 100 tipos de seitas com base no cristianismo. Todas elas reinvidicavam serem representates legais de Jesus nessa terra.

Muitos judeus convertidos que viam o cristianismo como um judaísmo reformado, viraram um obstáculo ao evangelho do Cristo Ressuscitado.

Este tipo de “doutrina legalista” foi um dos grandes desafios de Paulo, fato que levou ao questionamento da autoridade do Apóstolo dos Gentios pelos judaizantes.

O aspecto físico de Paulo (que não tinha um porte autoritário), sua linguagem deficiente (não era um grande orador em contraste em ser um grande escritor), o fato de não ter andado com Jesus em vida ou expressar poderes de apóstolo(segundo seus opositores), estes eram alguns dos questionamentos à respeito da sua autoridade apostólica.
 
As comunidade cristãs que tinham uma quantidade considerável de cristãos judaizantes, tiveram grandes problemas com a “doutrina legalista” que por eles eram pregado.

Infelizmente, em Corinto, esses quase anularam a autoridade apostólica de Paulo.

Para resolver isso, em uma primeira tentativa, Paulo envia Timóteo. Por sua natureza tímida, infelizmente ele falha. Tito então é enviado e consegue êxito na resolução dos problemas da igreja de Corinto.

As acusações contra o Apóstolo


- Insinceridade, aproveitar-se da igreja: Ele era acusado de estar atrás de bens materiais dos Coríntios, meramente aproveitando-se da caridade deles usando de engano(II Co 12:16);

- Não mostrar poderes sobrenaturais(II Co 12:1);

- Aparência débil e não era bom orador: Colocavam-no como uma pessoa que não aparentava ou tinha a eloquência de um verdadeiro apóstolo (II Co 10:10);

- Aparentemente acusavam Paulo de ter uma linguagem obscura em sua pregação(II Co 4:3): O próprio Pedro adverte sobre essas pessoas que não entenderiam a pregação de Paulo (II Pe 3:15-17);

- Apesar de Paulo apresentar vários dons (II Co 14:21) e visões (II Co 12:1 e II Co 9:1), para seus opositores, Paulo parecia inadequado como líder e desiquilibrado mentalmente.

Qual o motivo da segunda epístola aos coríntios?

 
O principal objetivo de Paulo com esta carta era reconciliar-se com a igreja de Corinto e ao mesmo tempo resolver os problemas que a assolavam. Para isso ele precisava:
- Reestabelecer sua autoridade apostólica;
- Corrigir as falhas da igreja local;
- Reconciliar-se novamente com a igreja de Corinto;
- Por um fim as facções.

Este objetivo foi cumprido somente com a combinação da sua carta à igreja de Corinto e o envio de Tito para resolver os problemas.

Esta carta demonstra não somente a indignação de Paulo contra àqueles que querem deturpar a sua obra, mas também a preocupação do apóstolo, como um pai preocupado com seus filhos, com a igreja que ajudou a levantar.


Temas centrais desta carta


1 – Deus Pai 
Vemos o ensino de Paulo sobre o Senhor, não como o Deus Todo-Poderoso, porém distante, mas como um Pai amoroso(II Co 1:3) e um Deus Vivo (II Co 3:3) que apesar da nossa insignificância interage e age através de nós(II Co 4:7).

2 – Satanás 
“O deus deste século”(II Co 4:4), esta passagem denota o poder do mal que pode anular a obra salvífica de Cristo na vida de uma pessoa. Teria o diabo poder maior que o de Jesus? Não, de maneira nenhuma! Porém o poder do Espírito Santo convencedor para a remissão de pecados através do sacrifício de Cristo só é válido através da fé. Quando satanás e as hostes infernais nublam o entendimento humano, este através de sua incredulidade, anula o sacrifício de Jesus para com ele.

3 – Jesus 
O Apóstolo dos Gentios tem Jesus como tema recorrente de sua carta ensinando-nos:
- Jesus semelhante a Deus (II Co 4:4);
- Jesus sem pecado (II Co 5:21);
- Jesus certeza da promessa cumprida (II Co 1:19-20);
- Jesus Filho de Deus (II Co 1:19);
- Jesus Reconciliador e Redentor (II Co 5:17-19);
- Jesus Messias de Israel (II Co 3:12-16);
- Jesus Justo Juiz (II Co 5:10).

4 – O Espírito Santo 
Vemos que Paulo ensina à respeito da operação de Deus através de Seu Espírito (II Co 3:3), transformados em ministros de Deus pelo Seu agir (II Co 3:6).

5 – Autoridade do Antigo Testamento 
Paulo não despreza a autoridade do antigo testamento (II Co 3:14-18), porém ressalta que todo o potencial das antigas promessas somente é atingido em Cristo pelo Santo Espírito.

6 – Imortalidade 
No capítulo 5 temos uma linda explanação sobre a imortalidade em Cristo. Não sendo apenas uma existência sem fim, mas como uma vida eterna com propósitos específicos. A eternidade inicia-se com cada cristão comparecendo ante o tribunal de Cristo, para que suas obras sejam julgadas.

7 – A função e o propósito do sofrimento para o cristão 
O sofrimento tem um lugar de destaque para o cristão pois é através dele que o filho de Deus , feito nova criatura em Cristo, é aperfeiçoado para obter seu lugar no Reino de Deus e mais a frente junto ao Pai (II Co 11:9). Devemos lembrar que Jesus mesmo se fez carne, tomando a forma de servo e na aparência de fraqueza crucificado para nos dar o exemplo. 
 
8 – A esperança cristã 
Qual a grande esperança cristã? É que seremos ressuscitados por Deus como Cristo foi ressuscitado pelo Pai (II Co 4:10-18). Sabemos que esta momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória. Maranata, ora vem Senhor Jesus!

9 – O uso do dinheiro 
Vemos nos capítulos 8 e 9, o Apóstolo dos Gentios estimulando os coríntios a ofertarem em prol dos domésticos da fé, apesar de não serem uma igreja rica financeiramente.  
Não dar com o propósito de receber algo em troca, mas seguindo o exemplo do Pai Celestial que amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito pela nossa salvação. Dar por amor é melhor do que ofertar por interesse.

10 – Defesa do apostolado de Paulo 
Nos capítulos 10 ao 13, vemos o Paulo defender seu apostolado de maneira veemente. Em toda a carta de coríntios podemos perceber essa intenção. Pelo que verificamos, a defesa de Paulo não tratava-se do cargo, mas sim da pregação do evangelho.  
O principal argumento dos “super apóstolos” era deturpar a autoridade de Paulo para que por consequência a mensagem pregada por ele fosse invalidada. 
Sendo assim, sua defesa era mais que defender uma patente ou posição na hierarquia da igreja, mas sim uma defesa da mensagem de Cristo anunciada por Paulo.


Fonte:
-Epístola II Coríntios.
-Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Russel Norman Champlin, PhD.
-Biblia de Estudo Thompson.

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